As funções executivas e o planejamento de uma viagem
O que planejar uma viagem pode ensinar aos seus filhos?
Tornar nossos filhos ativos no processo de planejamento de uma viagem, fornece aprendizados que eles poderão aplicar em diversas situações.
Durante as férias de julho, Matteo (11 anos) ficou muito angustiado com a quantidade de lição que ele tinha que fazer durante as férias e o tempo que ele teria para isso.Aproveitei as pra explicar para ele como fiz com o planejamento da nossa viagem. Como me programei financeiramente para poder arcar com os custos, como comprei ingressos e passagens de trem com antecedência, como reservei carro e hotéis, uma vez que não fomos com pacotes de agências e que essa tarefa fica sempre para mim, depois que definimos o local para onde queremos viajar.
Fui explicando desde a retirada dos passaportes deles, que demoram para sair, as planilhas de custos efetivos e custos previstos, as metas de compras por mês e que critérios adotei para priorizar uma ou outra compra (a Torre Eiffel, por exemplo, que é um ponto turístico cujos ingressos esgotam rápido e então deve ser priorizada. Diferentemente da Disney de Paris, onde eles podem ser comprados na hora). A medida que explicava, relacionava algo da viagem com as lições de casa dele.
Matteo, tudo tem que ser pensado: Quantos dias passaríamos em Londres? Quais lugares gostaríamos de conhecer? O que era perto do que? Quanto tempo levaria para cada atividade? Quanto custa cada passeio?
Dessa forma, fiz as seguintes perguntas a ele:
Quantas matérias você tem para fazer lição de férias? Qual o volume de cada matéria? Quantos dias você tem para fazer toda a lição? Qual é a melhor forma de dividir esse volume por dia?
Assim, fizemos uma planilha de lição de casa. Deixei que ele se encarregasse de relacionar a quantidade de lição de cada matéria. Fizemos 5 colunas (número de dias que ele teria para fazer tudo depois que voltássemos de viagem até o retorno das aulas) e ele foi distribuindo cada matéria em uma coluna. Exceto matemática que ele tinha um volume muito grande. Aí ele mesmo optou por fazer uma divisão da matemática em 5. Assim, ele faria uma matéria e uma parte da lição de matemática todos os dias.
O combinado foi que ele não poderia deixar de fazer ou adiar a tarefa do dia, mas que se terminasse rápido ou estivesse no pique, poderia adiantar o que estava planejado para o dia seguinte.
E novamente a tranquilidade se instalou. Ele conseguiu ver no concreto que seria possível fazer tudo, organizou seu pensamento e aprendeu muito sobre planejamento, metas, organização, foco, etc.
Você já ouviu falar das funções executivas?
As funções executivas nas neurociências, são habilidades cognitivas que nos permitem exercer o controle das emoções, pensamentos e ações diante das mais diversas demandas externas e internas.Planejamento, organização, persistência ao alvo, iniciação de tarefas, metacognição, manejo de tempo, são algumas dessas funções que trabalhei com o Matteo nessa situação.
Desta forma, compartilhar com meu filho as experiências que tive sobre tudo que envolveu nossa viagem de férias, serviu de referência para que ele pudesse desenvolver ainda mais essas habilidades cognitivas tão importantes para a vida dele.
Mais uma vez, uma viagem de férias deixa de ser apenas uma viagem de férias.
Enxergar estas experiências como aprendizado para a vida é simplesmente mágico!
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