Sobre as férias... os combinados entre pais e filhos!


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Combinados nas viagens. Essencial para a profilaxia do stress!

Recentemente, recebi muitos comentários pessoalmente ou pelo Face elogiando a forma como criamos ou educamos nossos filhos. Sempre digo que não tem manual, senão escreveria um e não precisaria trabalhar até as 22h00 todos os dias no consultório. Rsrsrs

Confesso que muito do que eu e meu marido realizamos hoje é composto de um mix de conhecimentos: técnicos (pela minha formação em psicologia, claro), vivenciais (pelo que vivenciamos através da nossa infância, com a criação e educação que recebemos de nossos pais) e pela observação da vida alheia. Simmmmm, é isso mesmo!

Sempre que estamos em ambientes sociais, observamos. Inconscientemente, selecionamos o que serve e o que vai para a "lixeira". Aprendemos com as experiências alheias e descartamos, também, muitas delas.

Ficamos felizes que inspiramos alguns pais e que muitos admirem nossa postura, mas é mera tentativa e erro. Nem tudo funciona com todo mundo, digo logo.

De fato, algumas coisas nos encantam na forma como nossos meninos cresceram, e nas viagens com eles ratificamos isso. A começar pelos limites. Sempre que viajamos, estabelecemos os limites diários para eles nos diversos locais. Por exemplo, no hotel: autorizamos no check in que eles retirem o que quiserem na piscina ou restaurante, pois eles já sabem o limite - um sorvete por dia; refrigerante só a partir da hora do almoço; água sempre que quiserem; doces e tranqueiras do frigobar, quase nunca; petiscos ou lanches, só com nossa autorização; qualquer recreação que não esteja inclusa, só com nossa autorização; souvenirs, compramos juntos.

Esse combinado fazemos antes, quando estamos no caminho. Seja no carro, trem, barco, avião. Nunca falha. Quando querem algo a mais como 2 sorvetes no dia ou pedir um lanche na piscina, é simples: vão até nós e pedem.

Essas regras já estão tão internalizadas que hoje já não precisamos mais falar. É automático: "mamãe, já tomei um sorvete hoje. Posso pegar outro?".

Isso nos poupa stress, eles aprendem sobre limites, autonomia, regras, valor monetário, entre tantos outros. Uma coisa simples, mas que poucos param para pensar sobre.

Outro exemplo é nas compras nas lojinhas. Eles sabem que temos o costume de comprar um souvenir para os avós e primos sempre que viajamos, para qualquer lugar. E também sempre compramos algo para eles de recordação. Explicamos que quando a pessoa nos é importante, existem várias formas de demonstrar que lembramos dela, que nos é querida. Viajar e trazer um mimo é uma delas, independente do valor. O que vale é a intenção e o carinho. Obviamente, que não daria para todas as vezes que viajamos trazer presentinhos para todos aqueles que gostamos. Quando a viagem é próxima, nos concentramos nos avós e primos. Quando a viagem é para outro país, podemos escolher mais pessoas. Esse é o combinado.

No ano passado, quando fomos para a Europa, os meninos fizeram questão de trazer souvenirs para os amigos. Antes da viagem, fizemos uma lista de todos aqueles que gostaríamos de presentear e pedimos que eles também a fizessem. Levamos a lista conosco e um combinado de valor limite para cada um. Aos poucos, íamos riscando os nomes, de forma que todos saíssem contemplados. Eles olhavam os presentinhos na lojinhas, viam o valor e sabiam se dava para comprar ou não.

Com isso, eles aprendem a dividir o tempo, o dinheiro e o carinho com as pessoas que lhe são caras. Eles aprendem que um presente não se mede pelo custo, mas pelo afeto e preocupação daquele que o presenteou. Que o fato de alguém viajar para tão longe e lembrar de você ao ponto de perder o tempo de passear para comprar algo de presente pra você, é porque você é importante na vida dessa pessoa e deve retribuir como for possível essa atenção. Que temos sempre que demonstrar nosso afeto por aqueles que amamos. Aprendem que presentear é pensar na pessoa, imaginar se é a cara dela, se ela vai gostar, se ela já tem ou gostaria de ganhar algo.

Quando o presente é pra eles, eles escolhem dentro do valor estipulado. Aprendem a pesquisar, a se limitar naquela quantia e nunca dão "piti" na loja, insistindo em algo fora do limite definido.

Horários de banho, ir para cama, acordar, vestir determinada roupa ou sapato, levar algum artigo especial ou brinquedo, comer. Tudo isso é combinado. "Amanhã vamos fazer trilha, temos que seguir direitinho o que está aqui escrito senão alguém vai ter que ficar esperando no carro" (lemos as regras e trajes para o passeio em voz alta, de forma que eles saibam que se não forem de tênis e não passarem repelente, terão problemas).

Na nossa última viagem, o Lucca queria levar alguns brinquedos. Como iríamos de avião, peguei uma mochila para ele e disse: tudo que couber aqui dentro e você conseguir carregar nas costas, você pode levar. Esse é o seu limite. A sua bagagem de mão são os seus brinquedos dentro da mochila. E assim ele fez, sobrou até um espaço considerável e ele ficou feliz em poder brincar com suas nerfs e artigos de piscina. Ele a carregou, zelou por ela e ficou responsável em reorganizá-la para o retorno. Sob sua total responsabilidade.

Combinados podem ser feitos a todo momento. Em qualquer lugar. Mas nas viagens são essenciais para a tranquilidade da família. 

Como diz o famoso clichê: combinado não sai caro! 

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