A escolha de um lugar pra viajar em família

Você tem filhos? Vai viajar em família?

Então esse post é pra você.

Escolher um lugar pra ir diz muito do funcionamento da família. Você já pensou nisso?
Quem escolhe as viagens na sua família? Você? Seu marido/esposa? Qual é a participação dos teus filhos nisso?
Ah, mas eles não entendem nada da cultura do país. Eles só vão querer ir pra Disney ou Beach Park. Eles são muito pequenos pra tomar essas decisões. Será?


Na nossa última viagem de férias, fomos para a Europa. Escolhemos Europa porque queríamos presentear nosso filho mais velho, que sonhava em conhecer Paris e havia feito 10 anos de idade. Sentamos todos juntos e decidimos que cada um escolheria um lugar que gostaria de conhecer, e que fosse próximo de Paris. Lucca, meu filho mais novo, optou por Veneza. Já meu marido sonhava com Roma. Eu, por várias vezes, imaginei-me fazendo a Toscana de carro até San Gimignano. Pronto, o roteiro estava traçado em família.

Começamos por Londres, onde todos gostariam de ir. De lá partimos de trem para Paris e Disney de Paris (pra fazer o contraponto entre real e imaginário, mas esse tema vou abordar depois), em seguida pegamos um trem noturno  (que foi uma experiência incrível) até Veneza, e de lá alugamos um carro e passamos uma semana pela Toscana, inclusive por San Gimignano, até Roma onde nos despedimos da Europa e retornamos pra casa.


Com isso, os 23 dias na Europa foram incríveis. Primeira vez dos meninos no Velho Mundo, mamãe e papai aflitos por eles terem que andar muito ao longo de todos esses dias, e por terem que visitar muitas igrejas, monumentos, museus que pudessem cansar duas crianças de 11 e 8 anos. Mas não, eles aguentaram melhor do que nós (rs). Pois sabiam que cada lugar era importante para cada um de nós.

Nas horas de aperto, praticávamos a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro). Por muitas vezes, ficamos emocionados uns pelos outros, rimos uns dos outros, aguentamos uns pelos outros. Seja o perrengue das malas até chegar no hotel de Veneza, a sujeira e ratos das ruas de Paris, o calor de 40 graus rachando o coco em Roma ou as estradas sem fim e suas cidades medievais (muitas vezes muito parecidas ao olhar leigo) da Toscana. Mas tudo era compensado: ver a carinha do Matteo ao avistar a Torre Eiffel de longe; o sorriso do Lucca durante o percurso de gôndola; o susto do marido/pai ao virar a esquina e dar de cara com o Coliseu; o choro copioso da mamãe/esposa ao pegar a primeira estrada regional da Toscana.

Escolher um lugar para viajar em família é muito mais leve e especial se todos os membros da família puderem participar das escolhas.


E isso reflete no dia-a-dia dessa família, não só na viagem. Seja na escolha de um restaurante para almoçar no fim de semana, na cor das almofadas do sofá, no menu a ser preparado na semana, no programa a ser assistido na TV compartilhada da sala...

Cabe a nós, pais, ouvir e romper com a rigidez de fazer sempre a mesma coisa, ou ir sempre pro mesmo lugar. Afinal, é nosso o papel de ensinar e orientar, até mesmo para que eles possam ampliar o repertório e flexibilizar para fazer, cada vez mais, coisas diferentes. Então, abra o mapa mundi, apresente quanta coisa interessante tem nesse mundão afora, mostre outras opções, dê alternativas. Instigue a curiosidade do seu filho em conhecer algo novo que, certamente, você o estará preparando para as novidades da vida.

Você já escolheu o roteiro para as próximas férias? Talvez depois de ler esse post seja um bom momento. E não precisa ser viagem pra longe, longa ou cara. O que importa é a participação de todos. Boa sorte!


Comentários

  1. Amo viajar, em casa quem programa tudo é sempre meu marido, eu acho o máximo, na nossa próxima viagem vou tentar fazer o planejamento em família.

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